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O DIA EM QUE DEIXEI DE USAR MULETAS

 Alguns dias depois da retirada do ilizarov, quase 02 anos depois do atropelamento, por volta de outubro de 2013, tendo passado por aproximadamente 11 procedimentos cirúrgicos, muitas internações, algumas em estado grave, transfusão de sangue, osteomielite, etc., cheguei no consultório do médico, em BH, usando muletas. 
Estava no saguão da clínica, quando o médico chegou, tendo então tomado uma muleta e mandou fazer raio x. Quando retornei ao consultório, ele já havia analisado o raio x, tomou a outra muleta e mandou andar no corredor, sem muleta alguma e sem apoiar na parede ou na minha esposa. Ao retornar,  o médico aguardava do lado de fora e disse que poderia ir embora, sem apoiar mais em nada, porém ainda usando tutor para proteger a perna, e que iria doar as muletas para uma pessoa que iria operar e nao tinha condições de comprar. 
Disse para o médico que estava com vontade de chorar. 
Imaginem minha felicidade naquele momento.
Peço a Deus, todos os dias, para que isto também ocorra com todos pacientes que estejam usando fixadores, principalmente do grupo Ilizarov_brasil, o qual criei, por inspiração, no hospital, no dia em que coloquei ilizarov, e hoje conta com mais de 1200 integrantes, sendo que mais de uma centena usando fixadores ou em recuperação pós-uso, inclusive crianças, verdadeiros guerreiros e exemplos de superação.
Nunca desistam de viver, mesmo que estejam sofrendo com doenças, por mais graves que sejam.
Deus tem seus propósitos, sabe o momento e o que for melhor para nós.
(Marcos Alves de Andrade)

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